A Reforma Tributária de 2025 é o assunto mais comentado do momento, e um dos setores mais preocupados com as mudanças é o de serviços. Clínicas de saúde, escritórios de advocacia, empresas de tecnologia, consultorias, academias, escolas e diversos prestadores estão se perguntando: será que a carga tributária vai aumentar?
Neste artigo, você vai entender de forma clara como a Reforma afeta o setor de serviços, o que muda na prática, quais os riscos de aumento de impostos e quais estratégias podem ser adotadas para se proteger.
Por que o setor de serviços está preocupado?
Hoje, muitos prestadores de serviços estão enquadrados em regimes que favorecem uma carga tributária menor, como o Simples Nacional (quando o Fator R permite alíquota reduzida) ou o Lucro Presumido (com presunção de base de cálculo entre 8% e 32%).
Com a chegada do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), a lógica muda. A alíquota final deve girar em torno de 25% a 28%, aplicável de forma padronizada. Isso representa, para muitas atividades de serviço, um aumento significativo em relação ao que pagam hoje.

Simples Nacional: Puro x Híbrido
No Simples Nacional, o empresário terá duas opções:
- Simples Puro → tudo no DAS, mas sem gerar créditos de IBS e CBS para os clientes.
- Simples Híbrido → IRPJ e CSLL no DAS, mas IBS e CBS pagos à parte, permitindo gerar créditos.
Para empresas de serviços, essa escolha será crucial. Quem presta para consumidores finais pode continuar no Puro. Mas quem atende grandes empresas pode ser pressionado a migrar para o Híbrido, aumentando sua carga tributária e sua complexidade administrativa.
Lucro Presumido e Real
No Lucro Presumido, muitos serviços têm presunções baixas e pagam menos impostos hoje. Com o IBS e a CBS, a alíquota padronizada pode elevar bastante a carga, tornando o modelo menos atrativo.
No Lucro Real, por outro lado, o aproveitamento de créditos pode equilibrar essa conta. Empresas que gastam muito com insumos, energia, aluguel ou terceirização podem recuperar parte dos tributos, reduzindo o impacto.
Ou seja: para alguns serviços, a Reforma pode forçar a migração do Presumido para o Real.
O grande impacto: fluxo de caixa e Split Payment
Além da alíquota mais alta, o setor de serviços vai sentir forte o efeito do Split Payment. Isso porque muitos contratos de serviços têm prazos longos de pagamento (30, 60, 90 dias). Com a retenção automática de IBS e CBS, o imposto vai ser recolhido antes mesmo do dinheiro chegar ao caixa.
Resultado: aperto no capital de giro e risco de desequilíbrio financeiro para prestadores que não se planejarem.

Estratégias de sobrevivência para prestadores de serviço
- Revisar contratos de prestação de serviço → inclua cláusulas de repasse da nova carga tributária.
- Simular cenários entre regimes → compare custos no Simples, Presumido e Real.
- Avaliar precificação → margens precisarão ser ajustadas.
- Automatizar controles fiscais → sistemas de gestão serão indispensáveis.
- Investir em planejamento tributário → reorganizar estrutura societária pode reduzir impactos.
Conclusão: vai aumentar o imposto para serviços?
A resposta curta é: na maioria dos casos, sim. O setor de serviços, especialmente consultorias, advocacia, tecnologia e saúde, tende a ver um aumento da carga tributária com a Reforma.
Mas o impacto não será igual para todos. Empresas que se prepararem, simularem cenários e investirem em planejamento tributário podem reduzir ou até neutralizar parte desse aumento.
A Reforma Tributária 2025 traz riscos, mas também a oportunidade de repensar modelos de negócio, reorganizar operações e ganhar competitividade.
No fim das contas, quem sobreviver não será quem paga menos imposto hoje, mas quem conseguir se adaptar primeiro às novas regras.





